A 31 de agosto partiu rumo a Gaza desde o porto de Barcelona a Flotilha Global Sumud, a maior e mais bem organizada até agora com 50 barcos e centenas de tripulantes de 44 países, entre eles Portugal com a deputada e coordenadora do BE, Mariana Mortágua, a atriz Sofia Aparício e o ativista Miguel Duarte.

Na madrugada de hoje o regime sionista de Israel lançou uma bomba a partir de um drone atingindo o barco Family Boat desta flotilha, atracado num porto de Tunis. Com bandeira portuguesa e sob jurisdição portuguesa, encontravam-se neste barco Miguel Duarte e outros tripulantes. Felizmente não houve feridos e os danos foram pequenos. Nós da Esquerda Revolucionária apresentamos todo o apoio e solidariedade à Flotilha Global Sumud, em especial à tripulação diretamente atacada pelo criminoso Estado sionista. 

Este é o último de uma série de atos levados a cabo por Israel para impedir as flotilhas humanitárias de chegar a Gaza para quebrar o bloqueio humanitário. Já a 9 de junho o exército israelita havia sequestrado os doze tripulantes da Flotilha da Liberdade e a 27 de julho interceptado uma outra embarcação. Depois de ter assassinado todos os jornalistas de Gaza, o governo de Israel tem como prioridade evitar a todo o custo que as flotilhas cheguem a Gaza. Netanyahu não quer nem testemunhas do Holocausto que está a organizar contra o povo palestiniano nem que se ponha fim à fome que usa como arma de guerra e crime hediondo contra uma população martirizada.

Hoje mesmo Israel também já bombardeou uma delegação do Hamas em conversações de paz na capital do Qatar e anunciou a intenção de levar a cabo a evacuação total da Cidade de Gaza, a medida final da limpeza étnica de palestinianos do território de Gaza. É claro que este governo genocida está disposto a tudo para levar o genocídio às últimas consequências. Mas não está sozinho nesta tarefa. Conta com todos os recursos do imperialismo estado-unidense e a colaboração militar, diplomática e económica dos governos europeus. De facto, a missão desta flotilha internacional é não só romper o bloqueio humanitário usado como ferramenta do genocídio do povo palestiniano, como ainda denunciar os governos europeus e as potências ocidentais que estão a colaborar com o maior massacre deste século.

Entre estes encontra-se o governo português. Exigimo-lhe o corte imediato de todas as relações comerciais, militares, políticas, diplomáticas e culturais com o Estado genocida de Israel! Já haviamos subscrito uma campanha com essa exigência. Mas também sabemos que não devemos esperar nada de um governo que tem colaborado com o genocídio ao manter todas as relações com Israel, incluindo a venda de armamento, e está disposto a também martirizar cidadãos portugueses para que assim continue.

corte relações

Como estes quase dois anos de limpeza étnica demonstraram, apenas a força da classe trabalhadora e a juventude em todo o mundo pode impedir os planos do regime sionista e obrigar os seus governos a tomar medidas. A recente declaração do Primeiro-Ministro do Estado espanhol Pedro Sanches decretando o embargo de armas a Israel é exemplo disso. Foram as grandes mobilizações no Estado espanhol as responsáveis por estas medidas, desde os grandes acampamentos estudantis às manifestações multitudinárias de 12 de maio e de 14 de junho, e, mais recentemente, o apoio à partida da Flotilha em Barcelona e o boicote à Vuelta a España, na qual participa uma equipa sionista.

Incentivamos todos a participar na concentração espontânea de apoio à flotilha marcada para hoje no Largo do Camões às 18:30h. Mas é preciso darmos um passo mais. Há milhares de pessoas dispostas a mobilizarem-se contra o genocídio, é preciso unificar todo este potêncial numa das mais potentes ferramentas da nossa classe para mudar a realidade, a greve geral. A CGTP tem de passar das palavras ao atos e, com o apoio de sindicatos e organizações combativas, convocar uma greve geral contra o genocídio para atacar os interesses económicos e financeiros que tornam possível o massacre dos nossos irmãos e irmãs em Gaza e obrigar o governo português a cortar todos os laços com o regime sionista.

manifestação

Os nosso camaradas da Izquierda Revolucionária e Sindicato de Estudiantes no Estado espanhol convocaram uma greve estudantil para o dia 2 de Outubro e estão a apelar que mais sindicatos se juntem. Apelamos também a que os sindicatos e organizações combativas em Portugal se juntem à construção de uma greve geral a 2 de Outubro. Para tal é fundamental lançar uma grande campanha de propaganda e agitação a favor da greve geral, organizando assembleias massivas nos locais de trabalho, nas escolas e universidades, nos nossos bairros.

Se as declarações dos estivadores de Génova, ameaçando bloquear o porto em caso de ataque à flotilha, tiveram um efeito elétrico, uma greve geral no Estado espanhol e Portugal marcaria um ponto de viragem e contagiaria a classe trabalhadora europeia e internacional a seguir-lhes os passos, obrigando ao corte total das relações comerciais e diplomáticas destes países com Israel e travando o genocídio. Hoje, mais do que nunca, só uma mobilização internacional de massas pode travar a "solução final" que Netanyahu e Trump estão a preparar com o apoio de sectores-chave da burguesia sionista e internacional.

Greve Geral já! Paremos o genocídio!

Do rio ao mar, a Palestina vencerá!

Greve Geral

JORNAL DA ESQUERDA REVOLUCIONÁRIA

JORNAL DA LIVRES E COMBATIVAS

Sindicato de Estudantes