Mais de um milhar de jovens, imigrantes e moradores da Mouraria encheram o Largo do Intendente, em Lisboa, para impedir a extrema-direita e os fascistas de marcharem pelo bairro e aterrorizarem os moradores.

Durante três horas foi mantida a vigilância e gritou-se bem alto “Racistas, fascistas chegou a vossa hora, os imigrantes ficam e vocês vão embora!” e “Fascismo nunca mais!”.

Há que destacar imediatamente o óbvio: os fascistas não conseguiram cumprir os seus planos! Esta é uma pequena vitória do movimento que deve ser reconhecida. No entanto, a ameaça da extrema-direita continua presente e a fortalecer-se.

O Estado protege os fascistas

Assim que o anúncio da marcha neonazi se tornou pública, a resposta dos imigrantes e do movimento antirracista e antifascista foi imediata. Foi convocada uma concentração que teve grande alcance e uma mobilização de vários coletivos, o que forçou as autoridades, que até aí não tinham movido um dedo, a proibir a marcha neonazi.

Também as juventudes partidárias, incluindo de direita, que dias antes ou não diziam nada ou defendiam a “liberdade de manifestação” dos fascistas, foram obrigadas a condenar a manifestação.

Os fascistas, organizados através do Coletivo 1143 e liderados pelo conhecido assassino Mário Machado, foram obrigados a alterar a localização e percurso da sua marcha, que contou com apenas 50 pessoas. Apesar da proibição da Câmara, a polícia permitiu que a marcha se realizasse e fez um cordão de segurança, protegendo “a liberdade de expressão” destes fascistas de intimidar e propagar a sua retórica nacionalista e reaccionária.

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Os fascistas, organizados através do Coletivo 1143 e liderados pelo conhecido assassino Mário Machado, foram apenas 50 e protegidos pela polícia. Foto: Reinaldo Rodrigues/Global Imagens

Enquanto desfilavam, foram apupados por dezenas de pessoas que passavam que, percebendo o teor da marcha, protestaram contra eles. Ao longo do percurso, a polícia dispersou e reprimiu as pessoas que protestavam contra estes fascistas, mostrando novamente de que lado está este Estado “democrático”.

Só podemos contar com as nossas próprias forças

Ontem fomos muitos mais do que eles e as ruas foram nossas! A rejeição das ruas a estes neonazis foi total. O bairro e os seus moradores foram defendidos e não ocorreu qualquer incidente com imigrantes ou qualquer manifestante na Mouraria.

Este é o caminho. De cada vez que a besta fascista mostrar a cara é preciso sair às ruas, em massa e mostrar-lhes que somos mais, estamos organizados e não temos medo.

A Esquerda Revolucionária participou nesta concentração defendendo a necessidade de comités de auto-defesa locais contra as agressões a imigrantes.

Não passarão! Fascismo, nunca mais!

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