Toda a força aos trabalhadores dos call-centers e lojas do grupo EDP que estiveram em greve por melhores salários, contra o assédio laboral e a precariedade.

O grupo EDP sobrevive, ao nível das lojas e call-centers, quase exclusivamente de mão-de-obra terceirizada. Muitas das suas operações essenciais e quotidianas são externalizadas para Empresas de Trabalho Temporário, cujos trabalhadores têm menos direitos e salário do que os trabalhadores da EDP apesar de efetuarem as mesmas tarefas. Estes trabalhadores sofrem diariamente a pressão e o assédio das chefias que os ameaçam constantemente com o despedimento. A sub-contratação serve ainda para baixar os salários e condições de trabalho gerais dos trabalhadores contratados.

Porque é que uma empresa como a EDP, que recebe milhões em isenções fiscais e ajudas do Estado e que controla o mercado da energia a par da Galp, recorre e fomenta este tipo de regime de trabalho?! A resposta é simples: porque pode. Com a conivência de todos os governos das últimas décadas, o grande capital põe e dispõe a seu bel-prazer, explorando as trabalhadoras e os trabalhadores o mais possível para aumentar o seu lucro. Um claro exemplo desta prepotência — e de desinvestimento em Portugal em prol de mercados mais lucrativos — é o facto da EDP ter perdido um concurso para a contratação de 400 trabalhadores essenciais para o seu funcionamento, promovendo um despedimento coletivo velado e sobrecarregando os restantes trabalhadores.

Para lutar contra esta realidade, os trabalhadores da EDP e sub-contratados estiveram em greve na semana de 14 a 19 de agosto. Houve greve em várias lojas de 14 a 19 de agosto e nos call-centers de 14 a 16, assim como concentrações em vários locais do país como Lisboa, Porto e Seia. A Fiequimetal (CGTP), a federação intersindical que organiza estes trabalhadores nos sindicatos SIESI e SITE, anunciou como próximo passo uma reunião sindical para dia 30 entre os vários sindicatos.

Esta luta tem pernas para andar! Mas para isso é necessário que a mesma seja construída de baixo para cima, por todas as trabalhadoras e trabalhadores em assembleias e plenários. As bases para um movimento de todos os trabalhadores da EDP — subcontratados ou não — estão lançadas. Há que aproveitar esta onda e fortalecer a organização e combatividade destes trabalhadores decidindo em conjunto um novo período de greve que pare por completo todas as lojas, call-centers e restantes locais de trabalho do grupo EDP!

Esta luta deve colocar igualmente sobre a mesa a necessidade de nacionalização de todas as empresas do grupo EDP sob controlo operário para que cumpra realmente a sua função de fornecer energia barata.

Fim à precariedade e aos baixos salários!
A classe trabalhadora só pode contar com as suas próprias forças!

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