ICE OFF OUR CAMPUSES!
Na tarde de 8 de março agentes do ICE (Serviço de Imigração e Controlo Aduaneiro) prenderam Mahmoud Khalil, um dos mais reconhecidos ativistas do movimento em solidariedade com o povo palestino em Nova York e um dos promotores do Acampamento pela Palestina na Universidade de Columbia.
O companheiro, de origem síria, continua hoje detido acusado de, segundo o governo fascista de Trump, "atividades pró-terroristas, antissemitas e anti-americanas".
Hhalil foi preso em sua casa na presença da sua esposa, grávida de oito meses. Apesar de ter toda a sua documentação em ordem, o governo revogou seu green card e ele está sob ameaça de expulsão iminente. Uma detenção que poderia ser classificada como um sequestro, uma vez que os agentes estavam vestidos com roupas civis e não lhe deram qualquer informação sobre o motivo pelo qual o estavam a levar.
Desde o Sindicato de Estudantes e da Esquerda Revolucionária enviamos todo o nosso apoio ao companheiro e a todo o movimento de solidariedade com a Palestina nos Estados Unidos, à comunidade migrante e a toda a classe trabalhadora e à juventude estado-unidense.
Trump quer impor um clima de terror
"O ICE orgulhosamente deteve Mahmoud Khalil, um estudante estrangeiro radical e apoiante do Hamas, no campus da Universidade de Columbia. Esta é a primeira prisão de muitos mais que virão", disse Donald Trump orgulhoso. Já não esconde: este supremacista branco, que lidera um governo de criptofascistas, racistas e bilionários, quer impor um clima de terror entre a população estado-unidense. O mesmo ICE que deteve Khalil é a mesma agência governamental que está a perseguir milhões de imigrantes nas ruas dos Estados Unidos. Atuam em universidades e bairros de classe trabalhadora como se de um Estado policial se tratasse, sequestrando e separando milhares de famílias e reprimindo ativistas políticos.
Depois deste ataque sem precedentes ao movimento estudantil e com a consciência de que este é apenas o começo, milhares de pessoas saíram às ruas para lutar. Protestos começaram a 10 e 11 de março a partir do Tribunal de Imigração, a sul de Manhattan, para expressar raiva. Bandeiras palestinas, keffiyehs, faixas exigindo a liberdade de Mahmoud e muitas palavras de ordem ecoaram até a Union Square. "Se deixarmos isto passar, não sabemos quem será o próximo", dizia uma militante da Juventude Palestiniana. E como ela tem razão.
Embora o protesto tenha sido pacífico, a polícia reprimiu duramente a mobilização. Mas, como a classe trabalhadora e a juventude nos EUA nos mostraram tantas vezes, esta polícia que se parece com a Ku Klux Klan e o fascista Trump não vai conseguir parar a luta. Pelo contrário, a solidariedade alastrou-se e já se fizeram mais marchas.
Trump e o fascismo global são uma ameaça muito séria para o mundo inteiro, especialmente para o movimento pró-palestino, que está na mira desde o primeiro minuto de todos esses reacionários que juraram fidelidade ao sionismo de Netanyahu.
Tal como aconteceu na "democrática" Europa, proibindo organizações palestinianas ou reprimindo selvaticamente manifestações, Trump (seguindo o legado de Biden) quer esmagar o que este movimento significou: não só a solidariedade internacionalista para com o povo palestiniano, mas apontar o dedo aos cúmplices e autores deste genocídio atroz.
Enquanto Trump quer transformar Gaza num resort turístico, promove a limpeza étnica no mais puro estilo nazi e partilha vídeos criados por IA das futuras torres Trump em solo palestiniano, há aqueles de nós que não se deixam intimidar e não desistem de combater o fascismo e o sionismo.
Prenderam Mahmoud e sabemos que se pudessem nos prenderiam a todos nós que saímos para lutar pela Palestina e que organizámos acampamentos.
Mas não o conseguirão. Temos muito claro como se combate um genocídio: com a mobilização e luta da classe trabalhadora a nível internacional. E sabemos como combater a repressão fascista: com mais organização revolucionária e um programa internacional de rutura com o capitalismo que engendra os monstros do sionismo e do fascismo.
Mahmoud, irmão, estamos ao teu lado.
Palestina livre!
Viva a luta internacionalista em defesa do povo palestiniano!