Todos os anos, o mês de setembro é marcado por uma corrida aos quartos por parte dos estudantes universitários. Nos últimos anos, à medida que a oferta cai abruptamente e os preços sobem cada vez mais, essa corrida tem-se tornado cada vez mais desesperada e brutal.
Desde o ano passado, o preço médio, a nível nacional, para um quarto de estudante subiu 10,5%, com essa subida a chegar aos 33% em algumas cidades. Em Lisboa e no Porto, esse preço chega aos 450 e aos 425 euros, respetivamente — 62,7% do salário mínimo nacional líquido. No final, a habitação acaba por representar, em média, 70% do orçamento mensal de um estudante, e trata-se de habitação nas mínimas condições possíveis, muitas vezes sem sequer cozinha prestável, aumentando assim ainda mais as despesas de alimentação, tornando-se incomportável para as famílias de classe trabalhadora.
Este aumento é acompanhado por um desaparecimento da oferta, que caiu 80% a nível nacional. A falta de oferta deve-se essencialmente ao número de imóveis deixados vagos, propositadamente, pelos grandes fundos imobiliários. Ao promoveram uma escassez artificial no mercado, estas instituições financeiras provocam o aumento desenfreado dos alugueres e dos preços da habitação.
O alojamento estudantil público não está, nem de perto, capaz de acomodar o número de estudantes que deste necessitam. Em Lisboa, onde 40% dos estudantes são deslocados, só há camas em residências públicas para 15%.
A crise da habitação tornou-se a principal barreira ao acesso universal ao ensino superior. É impossível falar-se de universidade acessível sem primeiro se resolver este problema. E isto só será possível através de um programa socialista, que exproprie os fundos imobiliários e os grandes proprietários, e torne a sua habitação disponível para a classe trabalhadora e para os estudantes e sob controlo democrático dos moradores.
Só o socialismo poderá providenciar aos estudantes e aos trabalhadores a habitação, e apenas a luta dos estudantes e dos trabalhadores poderá construir o socialismo.
Junta-te ao Sindicato de Estudantes e à Esquerda Revolucionária para construir esse programa!