“O dinheiro não apaga o desgaste físico e a saúde que se perde, o tempo de ausência com a família, o direito ao descanso e ao lazer, ao desporto e à cultura, o direito a uma vida pessoal e familiar, com a qualidade a que temos direito, onde se inclui o fim-de-semana”. É assim que os operários da Autoeuropa se expressam numa resolução aprovada pela esmagadora maioria dos mais de 3000 presentes em plenário.

No mesmo plenário, os trabalhadores rejeitaram o pré-acordo feito entre a direcção da Comissão de Trabalhadores e os patrões, que tornava obrigatório o trabalho aos sábados com um aumento de apenas 175€ por mês. Actualmente, o trabalho ao sábado é pago como trabalho extraordinário e é realizado apenas voluntariamente.

Mais ainda, contra as exigências dos capitalistas da Volkswagen, que pretendem obrigar os operários a trabalhar ao sábado, os trabalhadores decidiram realizar hoje, 30 de Agosto, uma greve — a principal arma da classe trabalhadora!

Em resposta, os patrões mobilizaram todas as suas forças. Ameaçam com a deslocalização de uma parte da produção, e até da fábrica, e têm do seu lado toda a comunicação social burguesa — jornais, rádio, televisão e internet — para difamar e ameaçar os trabalhadores.

A gigantesca campanha de mentiras que se abate sobre os operários da Autoeuropa só é comparável àquela que foi lançada contra os estivadores do porto de Lisboa.

Mas além do capital na comunicação social, os burgueses usam ainda os seus lacaios no movimento operário para atacar os direitos de quem trabalha. E se isto é comum em capitalismo, na Volkswagen as práticas já chegaram a gerar escândalos na Alemanha, quando se descobriu exactamente como os patrões compram dirigentes sindicais oportunistas.

Aqui em Portugal, António Chora, que durante duas décadas foi o dirigente da Comissão de Trabalhadores (CT) da Autoeuropa, é o principal rosto destes oportunistas, e participa na campanha de ameaças e difamação enquanto os seus amigos se apresentam mais uma vez a eleições para a direcção da CT, com uma campanha em defesa da paz social e da conciliação de classes, descredibilizando a luta em detrimento das “negociações”.

Contra os patrões e os oportunistas, o Socialismo Revolucionário — secção do Comité por uma Internacional dos Trabalhadores em Portugal — declara a sua solidariedade com os operários da Autoeuropa e o seu apoio total à greve.

A organização é a força dos explorados!
Toda a solidariedade com os operários da Autoeuropa!

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