Durante a noite de 20 de Fevereiro de 2020, após um jogo de futebol, Jonathan da Costa, militante antifascista, foi atacado na estação da CP de Braga por dez adeptos do Sporting Clube de Braga, pertencentes à claque Ultra Red Boys e ao grupo de extrema-direita Escudo Identitário. Estando sozinho, atingiu em auto-defesa um dos seus atacantes com um objecto cortante enquanto chamava um Uber para escapar.
Já anteriormente Jonathan havia sido vítima de tentativas de agressão e de homicídio, incluindo por atropelamento, e os ataques só se intensificaram desde então, obrigando-o a ele, à sua companheira e à filha bebé a sair de Braga. É claro para qualquer um que estes ataques e agressões aconteceram porque o Jonathan é um conhecido porta-voz de grupos e ideias antifascistas.
Agora, a 1 de junho, Jonathan foi chamado ao Tribunal de Braga pela “agressão”. Apesar de ter enfrentado os dez fascistas sozinho e de ser bem conhecido o historial de violência da extrema-direita para com ele, o Juiz considerou que não houve “qualquer situação de legítima defesa” e condenou-o ao pagamento de 2.400 euros de indemnização ao elemento da extrema-direita e a pena de prisão suspensa por ano e meio.
Esta sentença contrasta com aquelas que o Ministério Público profere para skinheads e outros elementos da extrema-direita por violentas agressões a pessoas negras, LGBTI+, sindicalistas ou militantes antifascistas: o arquivamento. A justiça burguesa oferece assim uma vez mais o seu apoio aos ataques da extrema-direita, dando-lhes carta branca para intimidar e agredir militantes antifascistas e antirracistas e impedindo os visados de se defenderem sob risco de serem condenados a pena de prisão.
Tal como os ataques da extrema-direita, esta sentença representa nada menos que um ataque contra todos os que defendem o antifascismo e o antirracismo, os que lutam contra o ascenso da extrema-direita. Dessa forma, a sentença é um ataque contra toda a esquerda e classe trabalhadora. As instituições do Estado burguês dão aqui mais uma prova dos interesses que servem: do capital e dos seus grupos de choque contra a classe trabalhadora e os militantes de esquerda.
Só através das organizações da classe trabalhadora, armadas de um programa e métodos revolucionários, como a greve geral, nos podemos proteger dos ataques fascistas, em relação aos quais a burguesia dependerá cada vez mais à medida que a nossa juventude e classe se radicalizam em busca de uma sociedade livre de exploração e opressão.
Contra o fascismo e o racismo, organização e luta dos trabalhadores e da juventude!
Solidariedade com Jonathan da Costa e com todas as vítimas de ataques fascistas!
Não passarão!