No passado 8 de Julho, celebrou-se a 18ª Marcha do Orgulho LGBTI+ no Porto. Apesar dos ataques de Rui Moreira e da Câmara Municipal do Porto ao evento, a marcha avançou com um grande sucesso, terminando numa grande celebração no Largo de Amor de Perdição, e mobilizou cerca de 20 mil pessoas às ruas! 

Com o executivo do Porto mais uma vez mostrando o seu carácter reacionário tentando expulsar a marcha do centro da cidade, é vital notarmos que isso se encontra dentro de um maior ataque à nossa comunidade, que dá fôlego a todos os homofóbicos e transfóbicos. De acordo com o "Relatório Pride 2023", mensagens de ódio à comunidade LGBTQ+ viram um aumento de 185% nos últimos 4 anos. Temos também visto nos últimos anos um aumento dos ataques homofóbicos na vida noturna na nossa cidade, onde jovens da comunidade LGBTI+ se sentem cada vez mais desconfortáveis em frequentar vários espaços de diversão. 

O aprofundamento da crise capitalista fortaleceu a ofensiva contra a nossa classe. O Estado burguês e os seus cães de guarda aumentam a repressão nas ruas: com a colocação de câmaras de vigilância nas ruas da cidade, e também o aumento do número de polícias que patrulham os espaços públicos. Os despejos (que nem mesmo durante a pandemia viram uma pausa) prosseguem em grandes números, esvaziando a cidade da classe trabalhadora, e fazendo a vontade aos burgueses ligados ao setor imobiliário. 

Isto em cima da degradação do SNS, que dificulta cada vez mais o acesso aos recursos para pessoas trans poderem fazer transição médica, e a crescente crise de habitação onde os aumentos das rendas juntamente com salários baixíssimos deixam a juventude cada vez mais desesperada, não vendo qualquer possibilidade de ter independência financeira para poderem sair de situações de habitação abusivas.

Apesar de todos estes ataques, o nosso movimento mostrou em pleno o seu peso, mostrando como a força da nossa classe não depende de qualquer apoio de conservadores como o executivo do Porto, nem do apoio financeiro do estado. A juventude mais uma vez saiu às ruas em massa, e entre os seus gritos ouviam-se gritos de “Que se lixe o cis-tema!”, “Queers fazem a revolução!”, “No armário já estivemos, agora ninguém nos esconde!”, e palavras de ordem contra o reacionário do Rui Moreira, contra a invisibilidade das pessoas LGBTI+, contra os despejos, contra a repressão policial, contra a extrema-direita, e contra o sistema capitalista e patriarcal que a cada dia nos arrasta para a miséria e quer que regressemos ao armário. 

Tal como nas enormes mobilizações pela habitação ainda este ano, a classe trabalhadora mostrou a sua capacidade de mobilização, a sua vontade de acabar com o atual estado das coisas, e como a luta contra os reacionários se faz nas ruas. Estamos fartos! Fartos de violência homofóbica, transfóbica, sexista e racista infligida sobre nós todos os dias! Não aceitamos a crescente violência contra pessoas LGBTI+, tal como não aceitamos a violência diária contra a classe trabalhadora e as tentativas de pinkwashing e encobrimento da nossa luta!

Junta-te ao Sindicato de Estudantes!

Junta-te à Livres e Combativas!

JORNAL DA ESQUERDA REVOLUCIONÁRIA

JORNAL DA LIVRES E COMBATIVAS

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