Nos passados dias 17 e 18 de Dezembro celebrámos em Lisboa o II Congresso da Esquerda Revolucionária. Participaram mais de 25 camaradas, incluindo uma delegação do Estado espanhol e camaradas das secções venezuelana, mexicana e alemã da Esquerda Revolucionária Internacional.

Foram dois dias em que, ao longo de 30 intervenções, abordámos e discutimos em profundidade a guerra imperialista e a crise capitalista, as perspectivas da luta de classes no mundo e em Portugal.

A classe trabalhadora mobiliza-se contra a hiperinflação e uma crise social devastadora. Após dois anos de catástrofe sanitária e meses de guerra imperialista na Europa o horizonte de uma nova recessão com um colapso generalizado das nossas condições de vida está a deixar milhões numa situação limite. Do Reino Unido à Grécia milhões de trabalhadores entraram em greve para defenderem os seus salários, o seu trabalho e os seus direitos. Do Sri Lanka ao Equador milhões de trabalhadores, camponeses e pobres protagonizam poderosas revoltas revolucionárias contra os seus governos burgueses.

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A teoria marxista é indispensável para a prática revolucionária, e por isso celebrámos a publicação de seis edições do jornal A Centelha e de dois livros marxistas.

Em Portugal o governo do PS abre caminho ao crescimento da direita e extrema-direita com a sua política de governação para o grande capital, de empobrecimento da classe trabalhadora e de destruição dos serviços públicos. Também aqui vemos a classe trabalhadora começar a protagonizar uma onda de greves - transportes, correios, professores, etc - apesar das tentativas da esquerda reformista em desmobilizar. O papel destas direções deveria ser o oposto, de unificar estas lutas rumo a uma greve geral que atinja o coração do capital à escala nacional.

Discutimos também a construção do partido revolucionário, que armado com o programa da revolução socialista e baseado na força e nos métodos da nossa classe nos faça sair desta crise pela via revolucionária de construção de uma nova sociedade.

A teoria marxista é indispensável para a prática revolucionária, e por isso celebrámos a publicação de seis edições do jornal A Centelha desde o início do ano e de dois livros da Fundação Friederich Engels desde o último congresso: O Manifesto do Partido Comunista de Marx e Engels e Escritos sobre feminismo e revolução de Alexandra Kollontai.

Discutimos o trabalho da Livres e Combativas cujo lançamento desde o último congresso foi um passo importante para a formação dos nossos militantes no feminismo revolucionário e para atuarmos nos movimentos feminista e LGBTI+. Participámos na construção das marchas do 8 de Março, Dia Internacional da Mulher Trabalhadora, e da Marcha do Orgulho LGBTI+ de Lisboa 2021, apesar do boicote da comissão organizadora, imprimindo-lhes um carácter anticapitalista e revolucionário.

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Participámos nas marchas do 8 de Março e do Orgulho LGBTI+ imprimindo-lhes um carácter anticapitalista e revolucionário.


O entusiasmo e compromisso militante dos nossos camaradas refletiu-se ainda numa grande Coleta em que conseguimos mais de 2000€ para fortalecer as nossas finanças revolucionárias e continuar a levar as ideias do marxismo a todas as frentes onde atuamos.

A classe trabalhadora sofre com os ataques brutais da burguesia no último período. Hoje, mais do que nunca, as palavras de Rosa Luxemburgo são especialmente relevantes: socialismo ou barbárie! Sabemos bem que a burguesia se está a preparar para a guerra de classes. Nós também. É por isso que continuamos a construir o instrumento de que precisamos para pôr fim à ditadura do capital.

Junta-te aos e às comunistas revolucionárias! Junta-te à Esquerda Revolucionária!

JORNAL DA ESQUERDA REVOLUCIONÁRIA

JORNAL DA LIVRES E COMBATIVAS